TRAILER:
Direção e Roteiro:
Lorene Scafaria
Gênero: Comédia,
Drama, Romance.
Sinopse:
Um asteroide está em rota de colisão com a Terra e não há
mais nada que possa ser feito para salvar o planeta. Três semanas é
o tempo que resta a Dodge Petersen e sua vizinha, Penny, para
percorrer o país e reencontrar pessoas importantes em suas vidas
antes do fim da humanidade.
Análise
Em tempos
em que a maioria dos temas já foi explorada à exaustão,
desenvolver histórias originais tornou-se, basicamente, uma questão
de abordagem. Fugir dos lugares-comuns é um desafio que exige, cada
vez mais, a combinação de novos olhares com a coragem de retirar ou
transfigurar artifícios batidos, em nome de um ineditismo que ainda
seja capaz de cativar audiências.
Enquanto
uma trama envolvendo a colisão de um asteroide contra a Terra e a
extinção iminente da raça humana poderia facilmente recorrer às
pirotecnias, às missões mirabolantes e aos intrépidos heróis
comuns à maioria dos filmes apocalípticos, “Procura-se um Amigo
para o Fim do Mundo”, da diretora e roteirista Lorene Scafaria,
optou por um retrato quase intimista de dois protagonistas resignados
com seu destino fatal.
Logo no
primeiro minuto, sabemos que qualquer esperança de salvação foi
embora junto da última e fracassada tentativa de desvio do
asteroide. Dodge, o pacato vendedor de seguros interpretado por Steve
Carell, se vê abandonado por sua esposa logo após a confirmação
da fatalidade. Mas não tarda até que, em uma ironia da vida, ele
encontre a companhia de Penny, uma vizinha do andar de baixo, com a
qual nunca havia trocado uma palavra sequer em três anos de vivência
no mesmo prédio.
Confesso
que parte de meu interesse pelo filme nasceu do enorme estranhamento
em imaginar Carell e Keira Knightley dividindo a tela. A dupla
praticamente sustenta sozinha os 101 minutos de história, com uma
química inusitada e de maneira tão sincera em certos momentos, que
faz a tragédia inevitável ser de partir o coração.
Não há
nada que se possa fazer. Não há escapatória e em nenhum momento
tenta-se iludir o espectador com a esperança de uma solução
divina. Há surtos de todos os tipos, representados em reações de
revolta, depressão, aceitação, e estripulias típicas de quem
aproveita os últimos dias inconsequentes de existência.
Um pouco
surreal por não sermos realmente capazes de conceber tal situação,
mas arriscadamente real na interpretação do que poderia de fato
acontecer, “Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo” é um filme
completamente humano, inegavelmente triste e ainda assim capaz de
arrancar gargalhadas.
Porque é
através dos pequenos, mas simbólicos objetivos finais dos
protagonistas, que se identificam alguns valores que realmente
importam na perspectiva da vida frente à morte, e é também através
das situações absurdas que se percebe o quanto é ridículo, muitas
vezes, ser apenas um humano confuso, habitando um planeta que pode
sumir a qualquer instante pelas graças de um asteroide qualquer.
Sobre a Autora:
Shelsea Hüsch é formada em Rádio e TV e coleciona uma pilha crescente de livros não lidos. Aficionada por todo tipo de histórias, sonha em um dia poder contá-las nas mais diversas mídias. Seus outros interesses são: música, programas de entrevista e seus rottweilers.
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