Talvez o nome de Brian Tyler não
lhe desperte nenhuma lembrança imediata relacionada ao universo hollywoodiano.
Ainda assim, se franquias e blockbusters
o levaram às salas de cinema nos últimos anos, são imensas as chances de você já
ter ouvido algum de seus inúmeros trabalhos. Contratado pela Sony Music e assíduo regente da
Orquestra Filarmônica de Londres, compôs, em seis anos, mais de quarenta e
cinco trilhas sonoras.
Entre os principais filmes e
vídeo games que fazem parte do portfólio de dos mais requisitados compositores
da atualidade, estão Thor: O Mundo
Sombrio, Homem de Ferro 3, Alien vs
Predador, Velozes e Furiosos 5, Truque de Mestre, Call of Duty: Modern Warfare
3 e Assassin’s Creed IV: Black Flag.
Aos 42 anos, Brian Tyler, formado
pelas conceituadas UCLA e Harvard, e grande fã de John Williams, costuma ser
incapaz de contar nos dedos a quantidade de projetos enfileirados em sua lista
de entrega. Indicado a um BAFTA em 2014 e vencedor do prêmio de compositor do
ano no Cue Awards de 2013, chega a
passar dezoito horas por dia em seu estúdio, e se recorda de ter tirado férias
apenas uma vez no período de quatro anos.
Neto do diretor de arte vencedor
do Oscar, Walter H. Tyler, Brian herdou do avô uma grande paixão por filmes, e
fundiu-a a sua inata paixão musical. Sua linhagem cinematográfica, no entanto, pouco
lhe favoreceu no início da carreira. Depois de ver rejeitadas pelo menos 95%
das dezenas de demos que enviou para algumas
pessoas que queriam, e também para tantas outras que não as queriam escutar, ele
finalmente chamou a atenção de um diretor, que achou uma de suas faixas ideal
para a rolagem dos créditos de abertura em seu filme.
Tyler, então, implorou para que o
deixassem fazer o resto da trilha, e acabou sendo contratado para a produção
independente de baixo orçamento pelo valor simbólico de um dólar. Todo o
esforço se pagou, no entanto, no momento em que esse trabalho foi parar na mesa
de figurões da 20th Century Fox. Após
receber recomendações do premiado cineasta William Friedkin, as portas se
abriram.
Adepto da captação ao vivo de
sons através do uso de microfones, em detrimento de samples e áudios sintéticos, Brian Tyler grava quase tudo o que for
possível. E, de preferência, ele mesmo o faz. Desde que começou a tocar bateria
aos quatro anos de idade, aprendeu a tirar batidas e melodias de pelo menos
trinta instrumentos diferentes.
Apesar de não dominar todos no
mesmo nível, acredita ser importante que compositores ao menos arrisquem o
básico de uma ampla gama de instrumentos, por conta das diferentes atmosferas
de cada novo filme. Para ele, certas faixas se escrevem por si só, e é preciso
saber aproveitar a inspiração na sonoridade em que vier. Tyler se garante nesse
quesito, deixando, além da enorme coleção de instrumentos espalhados pelos dois
cômodos de seu equipado estúdio, muitos microfones a posto perto dos que já são
utilizados com mais frequência.
Em seus vídeos de bastidores, o
jovem compositor dá a impressão de que ocuparia também as posições de uma
orquestra inteira se isso fosse viável. Apesar de tudo, ainda operando como um
ser humano com prazos, “apenas” preenche a vaga de regente em projetos de peso,
como a releitura do famoso tema de Jerry Goldsmith para a edição comemorativa
do aniversário de cem anos da Universal
Pictures.
Com uma carreira em evidente
ascendência, munido da convicção de que a música deve cumprir seu papel de afetar
emoções, e dispondo de um estilo marcante de composição, Brian Tyler desponta
como um nome que ainda trará muitas contribuições ao mundo do entretenimento.
Fiquemos no aguardo. Um de seus próximos blockbusters
é, nada mais, nada menos do que Os
Vingadores 2: A Era de Ultron.
Sobre a Autora:
Shelsea Hüsch é formada em Rádio e TV e coleciona uma pilha crescente de livros não lidos. Aficionada por todo tipo de histórias, sonha em um dia poder contá-las nas mais diversas mídias. Seus outros interesses são: música, programas de entrevista e seus rottweilers.
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