Trailer
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Travis Beacham
País: EUA
Sinopse: Quando legiões de criaturas monstruosas, conhecidas como Kaiju, começaram a emergir do mar, uma guerra que tomaria milhões de vidas e consumiria os recursos da Terra teve início. Para combater os gigantes Kaiju, um tipo especial de arma foi criado: robôs enormes, chamados Jaegers, controlados simultaneamente por dois pilotos cujas mentes se conectam por uma ponte neural.
Porém, mesmo os Jaegers estão se provando vulneráveis diante dos incansáveis Kaiju. A derrota é iminente, e as forças de defesa do planeta não têm outra escolha senão colocar dois improváveis heróis - um ex-piloto (Charlie Hunnam) e uma cadete sem experiência (Rinko Kikuchi) - para pilotar um Jaeger lendário no passado mas hoje aparentemente obsoleto. Juntos, eles são a última esperança da humanidade contra o apocalipse.
Análise:
Pacific Rim é uma ode a cultura NERD, há tudo lá, robôs gigantes que por mais absurdos que sejam as estruturas analíticas explicando sua existência e funcionamento elas possuem cunho científico plausível, o design dos robôs são visualmente espetaculares, os monstros são absurdamente belos e assustadores e deixaria qualquer fã de RPG´s baseados nas obras de H.P. Lovecraft boquiaberto e por fim, os efeitos em CGI, que depois da trilogia do O Senhor dos Anéis, são os mais bem empregados e contextualizados que já vi num blockbuster.
Os confrontos épicos entre os monstros gigantes (Kaijus) e os robôs gigantes (Jaegers) levam o armagedom completo em qualquer território que elas sejam travadas, sejam nas cidades, no espaço ou no fundo do mar, sinceramente é algo excitante de se ver e o 3d está fabuloso.
Guillermo del Toro é um dos poucos cineastas contemporâneos que são imaginativos, pragmáticos e porque não intuitivo do cinema pipoca concebido hoje em dia, suas obras possuem qualidades técnicas que transformam um filme deste segmento em algo emocionante e divertido, sem a necessidade de apelar para o lixo da poluição visual que cineastas da cultura do pseudo espetáculo que tem o famigerado Michael Bay como ícone, adoram empregar. O único defeito de Pacif Rim são as atuações que estão em certos momentos patéticas e caricatas mas isto não atrapalha o filme porque del Toro deixa claro ao público quem são os verdadeiros protagonistas que com certeza não são os atores, até porque não há sequer um único queridinho ou queridinha da américa no elenco, os Kaijus e os Jaegers são os donos do show.
Guillermo del Toro sabiamente deixa de lado o aspecto documental que já é padrão nos filmes catástrofes realizados hoje em dia, com suas câmeras tremidas eles visam tirar todo o clima de tensão (quando ele existe) para quebrar todo o sentido de ilusão na tentativa de criar uma atmosfera de veracidade, e apresenta o que esperamos de algo feito seguindo esta temática, uma mágica e fantástica diversão.
Um dos pontos positivos de Pacific Rim é que ele não é um daqueles filmes que enaltecem a cultura bélica e o pseudo patriotismo dos EUA e de sua sociedade os colocando como salvadores do mundo, mas enaltece o trabalho em grupo, a unificação entre as nações diante de uma grande ameaça de nível apocalíptico global. Todos os pilotos dos Jaegers são representantes de países distintos e possuem algum talento específico para a concretização de alguma função primordial, algo que não é posto fora de contexto visando o estereótipo pejorativo, como acontece em inúmeros blockbusters estadunidenses que saem todos os anos.
Guillermo del Toro já nos mostrou em sua filmografia que o seu forte são filmes mais dramáticos com temáticas fantasiosas inseridas no universo do gênero de terror e filmes como Pacific Rim e Hellboy são obras de orçamentos milionários concebidas por sua mão criativa com pouca interferencia dos produtores, os principais objetivos destes filmes é dar ao público um bom entreterimento e engordar a conta bancária dos grandes estúdios. Nestes filmes ele não se preocupa em utilizar clichês já batidos e também deixa claro a sua intenção de entreter fazendo uma grande homenagem às obras e personagens que ajudaram a criar sua arte, vista com mais enfase e complexidade onde ele participa da produção, criação dos efeitos práticos que envolvem animatronic e maquiagem, criação dos efeitos visuais em CGI, roteiro e direção como nos espetaculares Cronos, A Espinha do Diabo e O Labirinto do Fauno.
Em Pacific Rim, del Toro faz especificamente uma grandiosa e magnífica homenagem aos animes japoneses como Evangelion e aos filmes do mestre japonês Ishirô Honda, e também a todas séries de TV que tinham os Kaijus como protagonistas como por exemplo Ultramen, Power Ranges e todas as outras que permeiam o imaginário dos espíritos jovens durante décadas. Este filme é uma diversão magnífica!
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