O Massacre da Serra Elétrica (Tobe Hooper, 1974)


                                           

Trailer:


                                            

Diretor: Tobe Hooper
Roteiro: Kim Henkel, Tobe Hooper
País: EUA

Sinopse: O filme conta a história de um grupo de jovens que, durante uma viagem de carro, acabam caindo no caminho de uma família de pessoas insanas, cujo filho utiliza uma serra elétrica para matar as pessoas, tratando-as como carne animal.

Análise: 

Em meados dos anos 1970 o jovem aspirante a cineasta Tobe Hooper decidido a realizar um filme de terror com o mínimo de custo possível, teve a sua epifania ao ler a notícia sobre um serial killer monstruoso chamado Ed Gein, na verdade para o FBI Ed Gein não pode ser considerado um serial killer porque há apenas dois homicídios pelos os quais ele é considerado culpado, mas o requinte de crueldade e o seu sadismo é que fez dele um maníaco que entrou para os anais das atrocidades humanas, ele decepou parte dos órgãos genitais de duas mulheres e guardou como a um troféu, ele tinha peles humanas como cortinas em sua casa e várias outras bizarrices. Então, Tob Hooper ficou fascinado por esta história macabra e decidiu criar um assassino para o seu filme com estas mesmas características, mas não só um, uma família inteira de psicopatas, assim nascia Texas Chainsaw Massacre ou como é conhecido no Brasil O Massacre da Serra Elétrica. A história de Ed Gein também inspirou outros filmes de terror como as obras-primas Psicose e O Silêncio dos Inocentes.

Tobe Hooper concebeu uma obra-prima aterrorizante com um custo baixíssimo que foi o precursor de várias adversidades que quase fizeram com que o filme não fosse terminado e muito menos lançado. Este filme possui planos sequências complexos que podem facilmente coloca-lo no patamar de uma obra de arte, a sua sequência inicial e a concepção da áurea de horror que vai apresentando aos poucos seus personagens atrozes e que depois é recompensada com planos aleatórios de sadismo exacerbado e verossímil que nos deixa paralisados no mais puro pavor, juntamente com a estética visual predominantemente sombria e macabra, criam um espaço fílmico extraordinário, algo genial. O tempo não foi seu rival, pelo o contrário, apenas o deixou mais aterrorizante, o filme consegue se adaptar aos novos tempos e assim como todas obras-primas ele possui vida própria.
                                             
O personagem mais fascinante do filme com certeza é o psicopata desengonçado e insano Leatherface, um maníaco que usa pele humana como máscara e uma monstruosa serra elétrica que ele balança freneticamente no ar atrás de mais uma vítima desamparada afim de esquartejá-la. O som estridente da serra elétrica acompanhado pelos os gritos de selvageria do algoz lunático que a porta nos deixa impotentes nos fazendo assimilar com membros decepados, sentimos o terrível fim se aproximando e o sentimento de horror é absoluto, tudo isso personificado pelos os adolescentes que são perseguidos por ele durante o filme, destaque para as brilhantes atuações das protagonistas femininas vividas por Marilyn Burns e Teri McMinn.

Leatherface foi interpretado pelo o ator Gunnar Hansen que teve vários conflitos com o diretor Tob Hooper durante as conturbadas filmagens do longa, na maioria das vezes eram por causa do seu hábito de estar sempre fumando maconha, algo que o deixava incapacitado de filmar algumas cenas.


Somos levados para dentro do mundo de Leatherface que devido ao seu retardamento mental não passa de um instrumento nas mãos de sua família de psicopatas. Os adolescentes desavisados encontram sua residencia, por fora a casa é bem comum e é igual a que as pessoas pacatas e decentes do campo mantém, mas seu interior parece ter sido tirado de um terrível pesadelo, com vários ossos humanos que dão forma a uma escultura macabra, animais mortos, cabeças humanas como ornamentos e um porão matadouro onde Leatherface chacina suas vítimas e cozinha iguarias com pedaços de corpos humanos para servir no jantar de sua família de canibais.

Assim o filme nos leva nesta espiral de medo e angustia emplacada por uma trilha sonora impressionante e sinistra também concebida pela dupla Tobe Hooper e Kim Henkel. Se você ainda não assistiu a esta obra-prima deixe de lado o seu receio e se entregue a este monumento do horror, que após o transe com certeza você será recompensado com o alívio de voltar a sua vida normal.


Sobre o autor:

Leandro Godoy é o criador, editor chefe e escritor do site Cinema e Fúria. Gosto dos mais malucos exploitations, aos cultuados filmes de arte até ao mainstream do cinemão pipoca. Meus outros interesses são: odontologia, literatura e música.
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