Planeta dos Macacos: O Confronto (Matt Reeves, 2014)


                                                                                         TRAILER:


Direção: Matt Reeves
Gênero: Ficção Científica, Drama, Aventura
País: EUA

Sinopse: Uma crescente nação de primatas geneticamente modificados e liderados por Cesar é ameaçada pelos sobreviventes humanos de uma alarmante epidemia viral desencadeada há uma década. O momento de paz em que se encontram está fragilizado e dura pouco, quando os dois lados são levados à beira de uma guerra que determinará quem será a espécie dominante da Terra.

Análise:

O novo filme da série planeta dos macacos foca na evolução gradativa da raça símia depois de César  ter liderado uma revolução que libertou os símios geneticamente modificados das prisões humanas. Neste filme a humanidade está condenada depois que uma pandemia de um vírus mortal dizimou mais da metade da população humana, uma doença chamada de vírus símio pois acredita-se que os macacos são os hospedeiros e vetores deste vírus. Isto faz uma analogia com o vírus ebola e o HIV que acredita-se ter sido vindos dos macacos, sendo que o ebola é o mais mortal e insidioso deles e pouco se sabe sobre este terrível vírus, que segundo a OMS, pode ser a chave que abrirá a caixa de pandora nos nossos tempos, assim como foi a gripe espanhola na idade média.

No filme, os símios há tempos não encontram nenhum sinal ou rastro dos seres humanos e César acredita que eles realmente foram extintos, até que um grupo de humanos aparece na região onde vivem a civilização comandada por César a procura de uma hidrelétrica abandonada que pode ser a salvação de sua espécie. O diretor  Matt Reeves escolheu bem a linguagem documental ao mostrar no começo do filme o cotidiano dos símios, que adquiriram inteligencia e se organizaram como uma civilização com regras e leis que os regem.


O mais impressionante em toda franquia do planeta dos macacos é a sua análise antropológica das espécies humanas e símias, que criam questionamentos interessantes. Segundo a evolução, os macacos são nossos primos mais próximos e ainda vivem conforme os desígnios da natureza, seguindo seus instintos numa espécie de sociedade selvagem onde há tarefas específicas para cada membro do bando. A franquia planeta dos macacos faz uma metáfora das consequência do especicismo humano, que extermina outras espécies para sua própria sobrevivência e ganância, mas se os papéis se invertessem e fosse dado a outra espécie no planeta Terra o dom da inteligência, será que esta espécie dominante agiria de forma diferente? O que faz um chipanzé não usar um cavalo como um meio de transporte, já que sua inteligência é superior, será que é a sua incapacidade de viver como uma sociedade evoluída sendo que esta inteligência é algo individual? E se eles precisassem andar vários quilômetros para chegar numa montanha a procura de outros recursos naturais, ou aprendessem que um cavalo é um meio de transporte que trás statos nesta sociedade?

Assim como os símios deste filme, os efeitos em CGI evoluíram bastante, os macacos estão realistas e orgânicos dando a ilusão de veracidade na plasticidade. A captura de movimentos é a genialidade por trás deste efeitos e o ator  Andy Serkis é o maestro que os comanda, ele dá a forma da personagem para que os magos da computação gráfica definam a estética, assim nasceu César, um dos mais fantásticos personagens criados pela cultura pop. As atuações humanas no filme foram apagadas pelos símios que comandam o espetáculo, para falar a verdade, não consegui prestar atenção nelas.

Eu penso, que para a franquia dar certo a derrocada de César é algo obrigatório porque faz parte do cânone da série original - os símios devem escravizar os seres humanos e serem a espécie dominante - já que César devido sua compaixão pelos seres humanos, deixa claro que quer manter uma política de não agressão entre as duas espécies, mas até quando? Os estúdios não deram esta resposta, tomara que os próximos filmes não caem numa mesmice e não se transformem em algo tedioso e monótono.


Sobre o autor:

Leandro Godoy é o criador, editor chefe e escritor do site Cinema e Fúria. Gosto dos mais malucos exploitations, aos cultuados filmes de arte até ao mainstream do cinemão pipoca. Meus outros interesses são: odontologia, literatura e música.

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