TRAILER:
Direção:
John Lee Hancock
Roteiro:
Kelly Marcel e Sue Smith
Gênero:
Biografia, Comédia, Drama.
País:
EUA
Sinopse:
Após anos de contínua rejeição, Walt Disney finalmente consegue
que P.L. Travers, autora de “Mary Poppins”, visite seus estúdios
para analisar a possibilidade de uma adaptação cinematográfica de
seu livro. No entanto, sua aversão à Hollywood e ao próprio
império de Disney, torna a assinatura do contrato um objetivo
praticamente inatingível.
Análise
Há algo
de fascinante e intrínseco às histórias de sucesso, que se
encontra, justamente, nos seus históricos prévios de fracasso. Por
trás de todo feito e conquista admirável, estende-se uma trajetória
ainda mais memorável de tropeços. É essa a incrível faceta
explorada pelo longa-metragem “Saving Mr. Banks”, que traz os
conturbados bastidores de produção do clássico “Mary Poppins”,
e a conclusão de uma saga de 20 anos em que Walt Disney penou para
conseguir os direitos do livro que se transformaria em um dos mais
icônicos e premiados filmes de seu estúdio.
Desde seu
lançamento, em 1964, “Mary Poppins” estabeleceu-se como um dos
grandes clássicos da história do cinema, garantindo seu espaço na
lista dos 25 maiores musicais americanos de todos os tempos, e
faturando cinco das onze estatuetas que disputou no Oscar. A
narrativa, inspirada no livro homônimo da australiana P. L. Travers,
por pouco não teve sua magia reservada apenas às páginas da
literatura.
Emma
Thompson, como haveria de se esperar, incorpora com primazia a autora
de personalidade difícil, que resistiu de todas as formas contra
duas décadas de adulação e tentativas frustradas de fazê-la
conceder os direitos de sua tão estimada obra para adaptação em
terras californianas. Apenas a iminência de dificuldades financeiras
e a concessão de livre acesso ao roteiro a convenceram a embarcar
rumo ao encontro de Disney, a quem continuou a enrolar e enlouquecer
por semanas a fio.
Inflexível,
Pamela Travers possuía imagens muito claras de seus personagens, e
nenhuma delas envolvia músicas alegres, palavras inventadas e,
principalmente, traços abomináveis de animação. O resultado de
sua interação precária com a equipe criativa de Walt, cuja
confiança e alto-astral jamais poderiam estar preparados para o
balde de água fria representado por sua chegada, está nas cenas
divertidíssimas entre Thompson, B.J Novak, Jason Shwartzman e
Bradley Whitford, nos papéis dos irmãos Sherman, os compositores, e
do roteirista Don DaGradi, respectivamente. Paul
Giamatti faz uma ponta excelente como Ralph, o motorista particular
que despretensiosamente colabora para desenterrar um lado mais
vulnerável da aparentemente inexorável Pam. Lado esse que, uma vez
compreendido pelo intrigado e carismático Walt Disney, em bela
atuação de Tom Hanks, torna-se o combustível de um discurso
inflamado em defesa de
suas boas intenções e do carinho pessoal pela história que, muitos
anos antes, havia cativado suas filhas.
Em um
filme dos estúdios Disney sobre parte de sua própria história, não
poderiam faltar elementos como uma direção de arte impecável, uma
estrutura narrativa meticulosamente trabalhada para despertar as
emoções desejadas nos momentos certos, e um encerramento do tipo
que deixa espectadores de todas as faixas-etárias com um sorriso no
rosto. Como sempre, um entretenimento previsível, mas de ótimo
nível.
Sobre a Autora:
Shelsea Hüsch é formada em Rádio e TV e coleciona uma pilha crescente de livros não lidos. Aficionada por todo tipo de histórias, sonha em um dia poder contá-las nas mais diversas mídias. Seus outros interesses são: música, programas de entrevista e seus rottweilers.
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