Foi Deus Quem Mandou (Larry Cohen, 1976)


                                                                                      TRAILER:



Direção: Larry Cohen
Gênero: Ficção Científica, Fantasia, Horror, Thriller
País: EUA

Sinopse: Um homem atira em pessoas de cima de uma torre de água. Um pai mata a própria família. Um policial dispara sua arma contra a multidão em plena procissão de Saint Patrick. O que tudo isso poderia ter em comum? A frase repetida pelos criminosos quando são pegos: foi Deus quem mandou.

Análise:

Este filme com certeza é um dos mais ousados do controverso diretor Larry Cohen. Na década de 1970 a sociedade novaiorquina vivia uma era de confrontos entre fundamentalistas religiosos e a nova ordem social de progresso desencadeada pelos os jovens sedentos por cultura e liberdade. Se aproveitando deste contexto social, o cineasta e roteirista Larry Cohen resolveu conceber uma estória em  que questionava de forma ácida e surreal a onda de fanatismo religioso e seus atos dissimulatórios, e também até onde a expansão da mentalidade levaria alguém quando este estava cego por estar inserido num contexto subjetivo idealizado por oportunistas, que em seu fanatismo, visavam criar uma nova ordem mundial subvertendo as ideologias hippies.

Para realizar este filme, Larry Cohen se inspirou em Charles Whitman, o pacato e cristão cidadão texano que subiu na torre principal da universidade do Texas e com seu rifle disparou contra diversas pessoas, deixando 14 mortes e 21 feridos. Na época, muitos especialistas em ciência forense balística disseram que a precisão dos disparos feitos por Charles Whitman eram sobre humanos, desencadeando assim uma histeria religiosa propagada pela a imprensa sensacionalista, de que ele foi guiado por uma entidade espiritual e as pessoas que morreram estavam destinadas a isso.


Então, Larry Cohen criou uma estória absurda e polêmica que logo no seu começo já presenciamos a referência a Charles Whitman, quando um homem em cima de uma torre atira contra várias pessoas matando dezenas. Quando ele é questionado pelo o detetive Peter J. Nicholas vivido pelo ator Tony Lo Bianco do porque dele estar cometendo este massacre, ele diz: ''Foi Deus quem mandou.''

Assim, vários assassinatos bizarros e sem sentido começam a acontecer por toda Nova York, sendo que todos os assassinos só tem uma explicação para seus atos violentos quando são questionados, elem dizem: ''Foi Deus quem mandou''. Entre os problemas pessoais envolvendo sua esposa e amante, o detetive católico Peter J. Nicholas começa a investigar estes crimes e suspeita que todos eles estão relacionados com algum tipo de fanatismo religioso, e a cada vez que ele adentra nas entranhas deste mistério, ele descobre algo perturbador muito maior e fantástico do que ele poderia suportar. Algo bizarro sobre sua origem, e o envolvimento do próprio Jesus Cristo ou um profeta hippie alá Charles Manson, em todos estes crimes.

Larry Cohen concebe uma narrativa propositalmente confusa, que possui características de vários gêneros, como: Ficção Científica, Horror, Thriller, Mistério e Fantasia. Somos impelidos a adentrar neste clima desnorteante, e a cada nova cena, somos surpreendidos pela a genialidade deste autor que é um dos mais originais e criativos da cultura underground estadunidense. Esta obra cult é uma das grandes preciosidades do lado B do cinema concebida nos anos de rebeldia, na década de 1970.



 Sobre o autor:

Leandro Godoy é o criador, editor chefe e escritor do site Cinema e Fúria. Gosto dos mais malucos exploitations, aos cultuados filmes de arte até ao mainstream do cinemão pipoca. Meus outros interesses são: odontologia, literatura e música.

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