Cinema e Literatura: 10 Filmes Baseados na Obra de William Shakespeare
William Shakespeare foi um poeta e dramaturgo inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de "Bardo do Avon" (ou simplesmente The Bard, "O Bardo"). De suas obras restaram até os dias de hoje 38 peças, 154 sonetos, dois longos poemas narrativos, e diversos outros poemas. Suas peças foram traduzidas para os principais idiomas do globo, e são encenadas mais do que as de qualquer outro dramaturgo. Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permaneceram vivos até aos nossos dias, sendo revisitados com frequência pelo teatro, televisão, cinema e literatura. Entre suas obras mais conhecidas estão Romeu e Julieta, que se tornou a história de amor por excelência, e Hamlet, que possui uma das frases mais conhecidas da língua inglesa: To be or not to be: that's the question (Ser ou não ser, eis a questão).
Shakespeare nasceu e foi criado em Stratford-upon-Avon. Aos 18 anos, segundo alguns estudiosos, casou-se com Anne Hathaway, que lhe concedeu três filhos: Susanna, e os gêmeos Hamnet e Judith. Entre 1585 e 1592 William começou uma carreira bem-sucedida em Londres como ator, escritor e um dos proprietários da companhia de teatro chamada Lord Chamberlain's Men, mais tarde conhecida como King's Men. Acredita-se que ele tenha retornado a Stratford em torno de 1613, morrendo três anos depois. Restaram poucos registros da vida privada de Shakespeare, e existem muitas especulações sobre assuntos como a sua aparência física, sexualidade, crenças religiosas, e se algumas das obras que lhe são atribuídas teriam sido escritas por outros autores.
Shakespeare produziu a maior parte de sua obra entre 1590 e 1613. Suas primeiras peças eram principalmente comédias e obras baseadas em eventos e personagens históricos, gêneros que ele levou ao ápice da sofisticação e do talento artístico ao fim do século XVI. A partir de então escreveu apenas tragédias até por volta de 1608, incluindo Hamlet, Rei Lear e Macbeth, consideradas algumas das obras mais importantes na língua inglesa. Na sua última fase, escreveu um conjuntos de peças classificadas como tragicomédias ou romances, e colaborou com outros dramaturgos. Diversas de suas peças foram publicadas, em edições com variados graus de qualidade e precisão, durante sua vida. Em 1623 dois de seus antigos colegas de teatro publicaram o chamado First Folio, uma coletânea de suas obras dramáticas que incluía todas as peças (com a exceção de duas) reconhecidas atualmente como sendo de sua autoria.
Shakespeare foi um poeta e dramaturgo respeitado em sua própria época, mas sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra hoje no século XIX. Os românticos, especialmente, aclamaram a genialidade de Shakespeare, e os vitorianos idolatraram-no como um herói, com uma reverência que George Bernard Shaw chamava de "bardolatria". No século XX sua obra foi adotada e redescoberta repetidamente por novos movimentos, tanto na academia e quanto na performance. Suas peças permanecem extremamente populares hoje em dia e são estudadas, encenadas e reinterpretadas constantemente, em diversos contextos culturais e políticos, por todo o mundo.
10- Planeta Proibido (Forbidden Planet)/ Dirigido por: Fred M. Wilcox/ Ano: 1956/ País: EUA
Sinopse: Baseado no drama "A Tempestade", de William Shakespeare, conta a história de um cruzador interplanetário C-57D que aterriza no planeta Altair IV, com o objetivo de resgatar um grupo de cientistas colonizadores que lá haviam aterrissado vinte anos antes com a nave espacial Belerofonte. Os viajantes encontram um filólogo e sua filha, únicos humanos imunes a uma misteriosa força existente no planeta...
09- Macbeth (Tragedy of Macbeth)/ Dirigido por: Roman Polanski/ Ano: 1971/ País: EUA, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Sinopse: Após profecia de bruxas - que dizem que ele seria rei -, Macbeth mata o soberano e assume o trono. Só que, em seu reinado de sangue, ele jamais alcança a paz: sua esposa, tomada pela culpa, começa a enlouquecer; ao mesmo tempo, os inimigos conspiram para retomar o poder.
08- Júlio César (Julius Caesar)/ Dirigido por: Stuart Burge/ Ano: 1970/ País: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Sinopse: A ascensão e a queda do grande general e ditador romano, o último Cônsul da República Romana. Vítima de uma conspiração parte de alguns senadores romanos, o filme mostra o assassinato de Júlio César, nos idos de março, como um adivinho havia previsto. Este fato gera diversos acontecimentos na Roma Antiga, como manifestações populares promovidas por Marco Antônio, general famoso por, entre outros fatos, comandar o Segundo Triunvirato, ao lado de Lépido e Augusto.
07- Romeu e Julieta (Romeo and Juliet)/ Dirigido por: Franco Zeffirelli/ Ano: 1968/ País: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, Itália
Sinopse: Em Verona Romeu (Leonard Whiting), um jovem, fica apaixonado e é correspondido por Julieta (Olivia Hussey), uma donzela que pertence a uma família rival. No entanto este amor profundo terá trágicas conseqüências.
06- Otelo (The Tragedy of Othello: The Moor of Venice)/ Dirigido por: Orson Welles/ Ano: 1952/ País: USA, Itália
Sinopse: Desdemona, filha de um aristocrata veneziano, é comprometida com Iago e foge com um heróico militar mouro Othello.Ressentido, Iago planeja separar o casal.
05- Hamlet (Gamlet / Гамлет)/ Dirigido por: Grigori Kozintsev/ Ano: 1964/ País: Rússia
Sinopse: Adaptação fílmica do diretor Grigori Kozintsev, tendo no papel protagonista Innokenti Smoktunovski, Гамлет (pronuncia-se 'Gámliet') se não alcançou a excelente recepção crítica do filme de Sir Laurence Olivier, lançado 16 anos antes, em 1948, ao menos teve seus méritos reconhecidos, no Ocidente capitalista. O roteiro, como acontece no filme de Olivier e no de Zeffirelli, modifica profundamente a peça, só que sem levar a uma urdidura dramática verdadeiramente comparável à do texto original.
Dois elementos, entretanto, fazem Гамлет valer a pena ser visto ainda hoje, quando temos - em nosso juízo - a insuperável adaptação de Kenneth Branagh: a trilha sonora, composta por ninguém menos que Dmitri Shostakovich, e a belíssima fotografia; o consórcio entre a genialidade musical e a grandiloquência imagética produziram a antológica cena do protagonista seguindo o fantasma de seu pai.
04- Hamlet/ Dirigido por: Laurence Olivier/ Ano: 1948/ País: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Sinopse: Príncipe dinamarquês (Laurence Olivier) procura vingar a morte do pai, pois o fantasma do rei narra que foi assassinado pelo irmão (Basil Sydney), que assumiu o trono e casou-se com a mãe de Hamlet (Eileen Herlie).
03- Trono Manchado de Sangue (Kumonosu Jô)/ Dirigido por: Akira Kurosawa/ Ano: 1957/ País: Japão
Sinopse: No Japão do século XVI, os samurais Washizu e Miki encontram uma feiticeira na volta para casa depois de vencerem uma batalha. Ela prevê que Washizu será o Senhor do Castelo do Norte. Esse é o início de uma sangrenta luta pelo poder. Adaptação da peça "Macbeth", de Shakespeare.
02- Rei Lear (Korol Lir)/ Dirigido por: Grigori Kozintsev/Ano: 1971/ País: Rússia
Sinopse: Aclamada como uma das melhores adaptações desta tragédia Shakespeareana, Rei Lear da Inglaterra, de Grigori Kozintsev, é uma impressionante interpretação épica baseada em uma tradução do romancista Boris Pasternak e impulsionado por uma agitação pontuada pelo compositor Dmitri Shostakovich. Fino e frágil, Yuri Yarvet interpreta o papel título, no qual incide sobre o rei do sofrimento e da dor. Foi aclamado internacionalmente.
Kozintsev, um dos pares de Eisenstein, dupla que funcionou bem na década de 1960, foi um mestre da técnica cinematográfica que finalmente alcançou o reconhecimento no final de sua carreira pela sua deslumbrante adaptação de Shakespeare. Segundo o historiador Richard Dyer: "Paradoxalmente, os dois mais poderosos filmes de peças de Shakespeare [Hamlet e Rei Lear] não foram feitos na Grã-Bretanha, mas na União Soviética."
01- Ran/ Dirigido por: Akira Kurosawa/ Ano: 1985/ País: Japão
Sinopse: Japão, século XVI. Hidetora (Tatsuya Nakadai), o poderoso chefe do clã dos Ichimonjis, decide dividir em vida seus bens entre seus três filhos: Taro Takatora (Akira Terao), Jiro Masatora (Jinpachi Nezu) e Saburu Naotora (Daisuke Ryu). Com o primeiro fica a chefia do feudo, as terras e a cavalaria. Os outros dois ficam com alguns castelos, terras e o dever de ajudar e obedecer Taro. No entanto, Hidetora exige viver no castelo de alguns deles, manter seus trinta homens, seu título e a condição de grão-senhor, mas Saburu, o predileto, prevendo as desgraças que viriam com tal decisão, se mostra contrário à decisão paterna. Assim é expulso do feudo e acaba sendo acolhido por Nobuhiro Fujimaki (Hitoshi Ueki), que se mostra impressionado com sua decisão de contrariar o pai e casa-o com sua filha. Hidetora vai ao seu castelo, que agora é de Taro, e não é bem recebido, pois seu primogênito é encorajado por Kaede (Mieko Harada), sua mulher, para ter liberdade para tomar decisões e chefiar o feudo. Kaede quer vingar a morte dos pais, que foram mortos por Hidetora em um incêndio, e guarda muito rancor e igual rejeição. Hidetora sente isso quando vai ao castelo de Jiro e assim se vê isolado em seu ex-império e bem próximo da insanidade.
Sobre o autor:
Leandro Godoy é o criador, editor chefe e escritor do site Cinema e Fúria. Também é escritor do site Obvious e La Parola. Gosto dos mais malucos exploitations, aos cultuados filmes de arte até ao mainstream do cinemão pipoca. Meus outros interesses são: odontologia, literatura e música.
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