TRAILER:
Direção: David O. Russell
Roteiro: David O. Russell, Matthew Quick
Gênero: Comédia, Drama, Romance.
País: EUA
Sinopse: Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) perdeu absolutamente tudo na vida: sua casa, o emprego e a esposa. Deprimido, ele vai parar em um sanatório, onde fica internado por oito meses. Ao sair, Pat passa a morar com os pais e está decidido a reconstruir sua vida, o que inclui retomar o casamento, passando por cima de todos os problemas que teve. Entretanto, seu novo plano começa a mudar quando ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), uma garota misteriosa que também tem seus problemas.
Análise:
Este é um daqueles filmes que me deixou em êxtase, primeiro por ver o retorno triunfal de Robert de Niro aos bons filmes, e segundo por este filme ser uma daquelas obras que marcam uma época em específico, que conseguem de certa forma definir uma geração. Aqui vemos as angústias do homem moderno que segue as regras do meio social que vive, ter um bom emprego, um bom casamento, uma boa casa e bons filhos, mas quando tudo isto não sai como o planejado as consequências são desastrosas. Nossa época é feita de convenções sociais fabricadas, já sabemos o que devemos ser e fazer para se adaptar ao mundo contemporâneo desde que estamos no útero, por isso, tudo é muito artificial, até os sentimentos são artificias e quando não estamos satisfeitos com a vida, procuramos formas artificiais para alivia-la, como nos doparmos com drogas ilícitas ou lícitas, por isso que nos anos 1980 se dizia que o emprego do século XXI era a psiquiatria, não poderiam estar mais corretos.
Nunca pensamos em procurar a felicidade usando métodos mais difíceis, como experimentar, conhecer, aprender, sofrer, errar, rir, chorar, ou seja, viver e se auto-conhecer. Sempre queremos o mais fácil ou tudo aquilo que já está pronto ou escrito, como se apaixonar à primeira vista ou ter um emprego que condiz com nossa personalidade, e nunca prestamos atenção no essencial, que são os detalhes, a criatividade e a improvisação. Abdicamos dos nossos sentimentos e do nosso livre-arbítrio por pura vaidade e conformismo.
Este filme fala sobre tudo isso de forma despretensiosa, dramática, cômica, simples e realista. Vemos aqui o homem com dificuldades em terminar um casamento falido, um homem que está à beira da loucura total e as consequências disto em seu meio social e familiar, o que é comum no cotidiano de qualquer pessoa, se você não está passando por isso, algum familiar, amigo ou conhecido está. Ele encontra sua força e redenção em uma mulher que também está passando pela a mesma situação. Pode parecer clichê de filmes de comédia romântica hollywoodiana, mas não se engane, a força deste filme está na forma singular em que esta situação é apresentada, o nível dramático está no mesmo patamar que o cômico, e as atuações são extraordinárias, como um bom filme tem de ser.
David O. Russell é um excelente diretor, um artista que consegue ser o porta voz de uma geração doente pela falta de esperança existencialista e originalidade comum destes tempos modernos, que conseguem de alguma forma superar estas doenças sociais, acreditar em si mesmos e seguir em frente, exemplos de vida e superação. Desde o filme "Os Três Reis'' David O. Russell mostra a sua coragem em questionar e criticar o estilo de vida estadunidense, assim foi com ''O Vencedor'' e agora com ''O Lado Bom da Vida''. A maioria dos brasileiros estão cada vez mais parecidos com os norte-americanos, somos uma cópia genérica dos filhos do Tio Sam, por isso muitos irão se identificar com este surpreendente filme.
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